Ângulo de pinhão

O diferencial do L ocost é apoiado em 4 tensores simétricos e paralelos. Com isto, o movimento vertical do eixo não produz alteração no ângulo do pinhão (ângulo entre a linha do eixo do pinhão e a linha do eixo da transmissão). Idealmente, este ângulo deve ser zero, ou seja, os eixos devem ser sempre paralelos. Se este ângulo for maior que zero, as cruzetas vão produzir o que se chama de vibração harmônica, ou seja, o movimento circular do cardã nãovai ser uniforme, mas vai variar com a rotação. Esta vibração sobrecarrega todos os elementos da transmissão e por isso deve ser controlada ao máximo (veja o diagrama abaixo).

Por isso não se usa cruzetas em carros com tração dianteira, embora elas sejam mais eficientes do que juntas homocinéticas. Como as rodas dianteiras esterçam, toda vez que o carro faz uma curva o ângulo entre roda e diferencial produziria uma vibração significativa (a primeira versão do Corcel tinha cruzetas na transmissão e a quebra constante delas já virou lenda).

Assim, como o eixo do Locost foi montado exatamente na horizontal, bastaria montar o motor também na horizontal para resolver o problema. Mas, quando o carro acelera, o pinhão tende a levantar (devido ao giro da carcaça, reação a força para baixo que o pinhão exerce na coroa), e como o eixo está montado em buchas de borracha, o pinhão adquire um pequeno ângulo quando em aceleração (situação em que o ângulo de pinhão é mais crítico). Por isso, o ideal é que o pinhão esteja apontado para baixo em relação ao eixo da transmissão, e por isso o ângulo de pinhão não deve ser zero. O valor do ângulo depende da fixação da suspensão (buchas de borracha exigem ângulo maior do que buchas de PU) e da potência do motor (quanto maior, maior o ângulo).

O ângulo de pinhão que recomendo para o Locost é de 2 graus, mas vou montar o coxim do câmbio com uma folga de cerca de 5mm, e colocar uma arruela de espaçamento entre a caixa e o coxim. Assim, será possível alterar o ângulo da caixa para fazer o ajuste fino do ângulo de pinhão.